O atual prefeito Nenen da Asa, do PV, foi reeleito com 56,96% dos votos, alcançando 12.683 votos. Já o segundo colocado, o candidato Antonio Brandão, do MDB, ficou em segundo lugar com 22,92%, totalizando 5.104 votos. Em seguida, Professor Marcio Guru – PTB, 11,97%, com 2.665 votos, Reinaldo Fernandes – PT – 4,30%, com 957 votos, Claudio Teixeira – PRTB – 2,69%, com 600 votos e Bruno Johnny – DC – 1,16%, com 259 votos.
A eleição em Brumadinho teve 18,69% abstenções, totalizando 5.737 pessoas que não foram votar, além de 840 votos brancos e 1.844 votos nulos. Nenen da Asa tem 48 anos e vai assumir a Prefeitura de Brumadinho pela 3° vez.
Opinião
Por João Flávio Resende
Governar e legislar é muito mais difícil que ganhar eleição
A campanha eleitoral de 2020 acabou. Já temos prefeito, vice-prefeito e vereadores escolhidos para os próximos quatro anos. Entretanto, muita gente insiste em continuar em campanha, sobretudo nas redes sociais, tratando o assunto como gincana, como campeonato de futebol, deixando o interesse público em segundo plano.
Aliás, é o que tem acontecido cada vez mais nas campanhas eleitorais de Brumadinho. O rico debate de ideias e de propostas vem dando cada vez mais lugar às provocações, às mentiras de WhatsApp e ao dinheiro rolando solto na campanha. Ao contrário disso, as eleições são um grande momento de diálogo, de conhecer de perto as demandas da população, de preparar bons planos e oferecê-los ao eleitorado, de colher sugestões e propostas nos bairros e nas comunidades.
Isso vale tanto para a campanha de prefeito quanto para a de vereador. Afinal, os candidatos precisam colocar claramente para os eleitores o que pretendem, dando o correto embasamento para que a população possa fazer boas escolhas e não perca o interesse de votar — nas eleições deste ano, entre votos brancos, nulos e pessoas que não foram votar, tivemos 8.421 pessoas que não fizeram opção por nenhum dos seis candidatos a prefeito, ou seja, um número maior que a diferença entre Nenen e Brandão.
Caberá à nova gestão coordenar o crescimento planejado dos núcleos urbanos, com atenção para a expansão imobiliária desenfreada, lidar com as pressões da atividade minerária e com a continuidade das questões de reparação da Vale, resolver os recorrentes problemas referentes ao transporte coletivo, colocar a Prefeitura a serviço do incentivo à atividade econômica, prejudicada pela pandemia da Covid-19 e pela tragédia da Vale e, com isso, promover a geração efetiva de emprego e renda, sobretudo para quando o pagamento emergencial da mineradora cessar. São estes apenas alguns dos vários desafios para os próximos quatro anos.
A Câmara Municipal teve mais de 50% de renovação, com sete novos parlamentares. Para os vereadores eleitos (com apenas uma mulher, Alessandra do Brumado, reeleita), se colocam as importantes tarefas de elaborar bons projetos de lei, acompanhar e fiscalizar de verdade as ações da Prefeitura (e não ficar apenas dizendo “amém” para todos os projetos do Executivo sem analisar se realmente são coisas de interesse público), representar efetivamente a população e trazer ao debate político os temas de interesse de toda a sociedade brumadinhense.
O dinheiro público, as responsabilidades e atribuições da Prefeitura e da Câmara e a necessidade de se governar para os que mais precisam são as coisas que importam e são de todos, não de uma meia dúzia de gente que se acha dona da cidade. Todos nós pagamos impostos e temos o direito de que o dinheiro arrecadado pela Prefeitura seja efetivamente aplicado em ações de melhoria da qualidade de vida das pessoas, e não para a sanha de lucro de uns poucos.
O município, a Prefeitura e a Câmara não são propriedades privadas. Portanto, vocês que ganharam as eleições, cuidem bem do que é de todos. Porque ganhar a eleição é uma coisa. Já governar e legislar é algo bem diferente e bem mais difícil.