As denúncias não param. Segundo um levantamento feito pelo SindUte-MG Subsede Brumadinho, desde 28 de janeiro, quando começaram as reuniões com os professores e após um mês do retorno às aulas presenciais, já são quase 30, o número de casos suspeitos de coronavírus, entre profissionais da educação e alunos. Mas, de acordo com o SindUte-MG, o número pode ser ainda maior, já que a Secretaria Municipal de Educação nega informações, pelo fato de não ter testes periódicos no sistema de ensino, além das subnotificacões.
Um áudio de uma professora, da Escola Municipal Nilza de Lima Sales, no Distrito do Brumado, circulou nas redes sociais neste fim de semana e escancarou o drama sofrido por profissionais da educação, que muitas das vezes são obrigados à estarem nas escolas.
Segundo o próprio SindUte-MG, através das denúncias que chegam ao sindicato, até agora 24 profissionais da educação e 4 alunos teriam sido afastados por suspeitas contaminação pelo vírus.
Vários pais de alunos estão apreensivos e afirmam que não vão enviar seus filhos para as escolas a partir desta segunda-feira, 15.
Restrições
A prefeitura emitiu um novo Decreto Municipal na semana passada, em que coloca novas regras sanitárias no município. Desde a última sexta-feira, 12, com o novo Decreto N°51, está proibida a circulação de pessoas entre 8 horas da noite e 5 horas da manhã, sob pena de aplicação de multa prevista na Lei nº 2.541/2020. Também estão proibidos os eventos públicos e privados de qualquer natureza, entre eles, os religiosos.
Já o comércio varejista em geral tem permissão de funcionar de 13h às 19h horas. Está proibida a venda de bebidas alcoólicas, inclusive no interior dos estabelecimentos. A comercialização de bebidas alcoólicas só pode ser feita por meio de serviço de entrega (delivery), das 13h às 23 horas. O comércio varejista e as atividades não essenciais não podem funcionar aos sábados e domingos.
Apesar de todas as restrições impostas, a prefeitura deixou de fora as escolas e manteve as aulas presenciais. O SindUte-MG Subsede Brumadinho disse que encaminhou uma carta aberta ao prefeito e também entrou com um mandado de segurança contra o retorno presencial das aulas.
No documento encaminhado ao prefeito Nenen da Asa, em fevereiro, o sindicato questionou o início das atividades escolares, em meio ao aumento expressivo no número de casos da covid-19, nas últimas semanas antes do retorno, inclusive de servidores da educação, que teriam sido contaminados ao participarem de reuniões presenciais, em preparação à reabertura das escolas. Mas, o sindicato não foi ouvido.
O jornal Folha de Brumadinho procurou a prefeitura para falar sobre as denúncias de aumento de casos de coronavírus nas escolas municipais. Em nota, a prefeitura informou que não há como comprovar se a professora do caso da Escola Municipal Nilza de Lima Sales foi contaminada na unidade, já que nenhuma outra pessoa está positivada. A prefeitura informou ainda que esta semana será de reavaliação e que pode cancelar as aulas presenciais, se essa for a decisão das autoridades sanitárias.