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A reparação e compensação dos danos sociais e ambientais provocados pelo rompimento da barragem B1, em Brumadinho, deu importantes passos no primeiro semestre deste ano, com avanços nas frentes ambiental, de segurança e socioeconômica, além do acordo de R$ 37,7 bilhões fechado com o Governo de Minas Gerais e Instituições de Justiça. O compromisso da Vale é ser cada vez mais transparente e praticar constantemente a escuta ativa, endereçando todas as demandas recebidas. Até o momento, foram destinados cerca de R$12 bilhões para promover a reparação dos danos sociais, ambientais e indenizar as pessoas, R$ 6,27 bilhões incluídos no acordo.
Um dos pilares da reparação é o processo de indenização referente aos direitos individuais das pessoas atingidas de Brumadinho e territórios evacuados em razão das barragens em nível de emergência. Já são mais de 5,1 mil acordos de indenização firmados, entre trabalhistas e cíveis, envolvendo cerca de 10,5 mil pessoas – que podem chegar a 11 mil até o final deste ano. Mais de R$ 2 bilhões foram pagos às famílias. Os números corroboram o compromisso da empresa em indenizar de forma justa e rápida todos aqueles que sofreram algum impacto.
Para gerir esses recursos, todos os indenizados interessados têm à disposição o Programa de Assistência Integral ao Atingido (PAIA), que oferece assistência e orientação para gestão financeira e retomada produtiva. Até o momento, 3,3 mil pessoas já foram atendidas pelo programa.
Na área de saúde, o Ciclo Saúde continua contribuindo para o fortalecimento da atenção básica nas comunidades impactadas. O programa foi ampliado de 11 para 15 municípios e alcançou 1.255 profissionais de saúde capacitados, além de 4,6 mil equipamentos doados e 143 Unidades Básicas de Saúde (UBS) atendidas. Assim como o PAIA, o Ciclo Saúde faz parte do compromisso da Vale em desenvolver ações transformadoras e duradouras que promovam a reparação integral e o bem-estar das pessoas atingidas.
As ações voltadas para o desenvolvimento econômico têm contribuído para a geração de renda nas regiões impactadas. O Projeto de Fortalecimento da Competitividade do Setor Privado do Turismo, por exemplo, concluiu seu ciclo de consultorias em março, beneficiando 50 empreendimentos do Vale do Paraopeba. Em Brumadinho, 30 organizações sociais selecionadas no edital de 2020 receberam recursos financeiros, capacitações e treinamentos do Programa Valorizar.
Com o suporte de projetos transversais e complementares, um novo futuro vem se desenhando para Córrego do Feijão. Lançado em 2019, o Território-Parque está na fase de execução das obras de reforma da Praça Central, construção do Mercado Comunitário e do Centro de Cultura e Artesanato. Nesses espaços irão funcionar os seis negócios locais apoiados pelo Projeto de Empreendedorismo Social Comunitário. A comunidade já se prepara para gerir as estruturas nas oficinas do Projeto Equipamentos Comunitários.
Cuidados ambientais
Já foram reflorestados 11,5 hectares incluindo parte da área diretamente impactada e áreas de regularização ambiental (Reserva Legal e Área de Preservação Permanente/APP). Ao final deste ano, a previsão é que 35 hectares de áreas já estejam em processo de reflorestamento, com o plantio de aproximadamente 50 mil mudas de espécies nativas da região. Para este trabalho, uma parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) viabilizou o desenvolvimento de uma tecnologia inédita para acelerar a recuperação e o reflorestamento através do resgate de DNA das plantas locais. Para a revegetação acontecer, o primeiro passo é a remoção dos rejeitos, uma atividade importante também para apoiar as buscas realizadas pelo Corpo de Bombeiros. Com os avanços de 2021, o total de rejeitos manuseados chegou a 3,5 milhões de m³, 40% dos cerca de 9 milhões de m³ que vazaram da barragem B1.
A Vale segue monitorando a qualidade da água do rio Paraopeba e todos os 4 milhões de resultados obtidos através das análises de mais de 38 mil amostras de água, solo e sedimentos coletadas desde janeiro de 2019 foram entregues aos órgãos competentes, como o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), além de serem auditados por empresa especializada e independente. Para que toda a sociedade possa acompanhar a evolução desse monitoramento, a empresa lançou, este mês, uma página específica no site vale.com/reparação.
Acesso a água
Os testes operacionais do novo sistema de captação de água do rio Paraopeba, em Brumadinho, foram iniciados nos últimos dias, e a água captada em ponto não impactado do rio já chegará ao sistema da Copasa, por tubulação, até a Estação de Tratamento de Água Rio Manso. O processo será realizado em etapas, começando com o bombeamento de água no volume de 1.000 litros por segundo e seguirá em avaliação da empresa e da concessionária para aumentar o volume até a capacidade máxima de 5.000 litros por segundo, mesma vazão da captação atualmente suspensa. Antes, em fevereiro, a população de Pará de Minas e a concessionária de água local também receberam a nova adutora do rio Pará, restabelecendo a mesma vazão que o município possuía de outorga no rio Paraopeba, o que trouxe segurança hídrica para a cidade.
Na bacia do rio Paraopeba, a confiabilidade e a rastreabilidade do trabalho de distribuir água de qualidade e na quantidade que as pessoas precisam foram ampliadas. Hoje, 62 caminhões-pipa e cem motoristas percorrem, cada um, 170 quilômetros por dia, em média, para distribuir água em um trecho de 250 km do rio Paraopeba geridos por um sistema inteligente, capaz de registrar cada rota, cada entrega, cada processo de higienização dos veículos e mapear eventuais problemas. Até hoje, já foram entregues mais de 1,2 bilhão de litros de água para a dessedentação animal, irrigação, consumo humano e uso doméstico.
As discussões com o Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e assessoria técnica independente contratada sobre a implementação do programa de suporte financeiro complementar, em substituição definitiva ao pagamento emergencial, para a reparação das comunidades indígenas impactadas está evoluindo. A manutenção do atendimento à saúde indígena até dezembro de 2023 e o estabelecimento de diretrizes para a realização do diagnóstico de saúde, física e mental e indenização individual também são objeto destas tratativas. A minuta de aditivo está sendo desenhada visando formalizar a negociação, o que deve acontecer nos próximos meses.
Municípios evacuados
A participação social segue como foco dos trabalhos de reparação nos municípios evacuados. Enquanto as obras prioritárias avançam nos quatro territórios – Barão de Cocais, Macacos (Nova Lima), Antônio Pereira (Ouro Preto) e Itabirito -, os Planos de Compensação e Desenvolvimento são elaborados a partir de consultas públicas e comitês, com a maioria de representantes das comunidades, para sugerir e priorizar programas e iniciativas de interesse dos moradores. As ações incluem reforma de escolas, construção e revitalização de centros de saúde, reforma de praças, igrejas e vias públicas, entre outros, e reforçam o compromisso da Vale em realizar projetos que permitam que as comunidades retomem, dentro do possível, as condições de vida anteriores.
Outra prioridade é impulsionar a diversificação econômica nessas regiões, ampliando os modos de geração de renda. O Projeto Horizonte, implantado em março, é um importante passo nessa direção. O projeto visa a criação e o desenvolvimento de negócios inovadores, com ênfase em gerar impactos socioambientais positivos, além de emprego e renda à população local. Um total de 141 empreendedores de Itabirito, Barão de Cocais, Nova Lima, Ouro Preto e Santa Bárbara foram capacitados na primeira fase e 78 projetos foram selecionados para participar de um ciclo de assessoria técnica, oficinas e mentorias, que já está andamento.
Segurança das barragens
A segurança das estruturas geotécnicas remanescentes do Córrego do Feijão foi aprimorada. Os esforços recentes fizeram a barragem Menezes II obter a Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) positiva no semestre, sendo retirada do nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM). Com isso, não há, atualmente, estrutura geotécnica em nível de alerta na mina.
Os moradores dos municípios onde ocorreram realocações preventivas ganharam mais segurança. Em Macacos (Nova Lima), a descaracterização da barragem B3/B4 entrou na segunda fase e a contenção já está concluída. Em Antônio Pereira (Ouro Preto), a barragem Doutor, na Mina Timbopeba, teve seu nível de emergência reduzido de 2 para 1, após ações de reforço da segurança da estrutura, e os preparativos para a descaracterização avançam.
O mesmo aconteceu em Barão de Cocais, onde a barragem Sul Inferior também teve seu nível de emergência reduzido de 2 para 1 e a coleta de rejeitos na Sul Superior, etapa preliminar à descaracterização, teve início após a conclusão e validação da estrutura de contenção. Em Itabirito, as obras da estrutura de contenção das barragens Forquilhas e Grupo estão finalizadas, permitindo que as ações preliminares à descaracterização tenham início.
O Programa de Descaracterização de barragens a montante da empresa também avançou e, neste semestre, foram concluídas as obras de descaracterização da sexta barragem, a barragem Fernandinho, em Nova Lima, completamente reintegrada ao meio ambiente, pendente avaliação pelos órgãos competentes. O programa começou em 2019, é baseado em informações e estudos técnicos e considera a especificidade de cada uma das 30 estruturas geotécnicas incluídas. Seu avanço representa uma abordagem transparente e, principalmente, com foco na segurança das estruturas e das pessoas. As informações são atualizadas regularmente em www.vale.com/esg
Para mais informações, acesse o link do Balanço da Reparação em www.vale.com/reparacao