Quase 4 anos depois da tragédia da Vale, que causou a morte de 272 pessoas e deixou um rastro de destruição ambiental e social no município de Brumadinho e região, pouco ou quase nada foi realizado. Pelo menos essa é a crítica feita por dezenas de representantes das Comissões de Pessoas Atingidas pelo crime da Vale, Associações de bairros e outros grupos organizados, durante reunião promovida na noite da última quarta-feira, 5, na igreja São Sebastião, em Brumadinho.
Entre os compromitentes que participaram estavam, a representante da Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), Carolina Morishita, o representante da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais do Ministério Público de Minas Gerais (Cimos-MPMG), Marcelo Vilarino, a promotora de Justiça e Coordenadora Regional de Inclusão e Mobilização Sociais, Shirley Machado e o representante do Comitê Pró-Brumadinho, Fernando Anelli.
Além disso, participaram também, funcionários da Fundação Getúlio Vargas, responsável pelo pagamento do Programa de Transferência de Renda e representantes da Lataci, que é a Coordenação Metodológica e Finalística (CAMF). A CAMF ficou responsável por coordenar e orientar a metodologia das atividades das Assessorias Técnicas Independentes da Bacia do Paraopeba, e colaborar com o trabalho das assistências técnicas, na sistematização das análises fundamentadas, para que chegue de forma mais rápida e organizada ao judiciário.
A pauta principal era apresentar o andamento do Acordo Judicial de Reparação, além de fazer a escuta das pessoas atingidas em relação a sua execução do acordo feito entre o Estado e a Vale. Diversas lideranças relataram a importância da presença física dos representantes das Instituições de Justiça no território e denunciaram os danos provocados durante a execução das obras de reparação e a falta de respeito com a população local, além de um reconhecimento urgente das pautas com a participação direta dos atingidos e um cronograma de prazos com as respostas e ações do plano de reparação. Segundo eles, há uma demora na execução do Plano de Reparação, além da exclusão dos atingidos no processo.
Após as inúmeras reclamações e denúncias, os representantes do Ministério Público e da Defensoria Pública reconheceram a morosidade do processo e se comprometeram a dar mais agilidade nas respostas aos atingidos, garantindo a participação das pessoas afetadas pelo crime. O acordo entre o governo de Minas e a Vale foi de mais de 37 bilhões de reais. Parte desse valor está distribuída em anexos, em um plano de reparação para Brumadinho e diversos outros municípios da Bacia do Paraopeba. A outra parte deve ser usada pelo governo do Estado em obras de infraestrutura, entre elas, o Rodoanel.