A miopia é o distúrbio ocular mundial mais comum. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 35% da população tem míope e, até 2050, pode ultrapassar 50%. O problema é que, nos últimos anos, essa doença está cada vez mais presente no cotidiano, acometendo, principalmente, os jovens. A entidade estima 59 milhões de brasileiros convivendo com essa condição, representando 25%. Infelizmente, desde o início da pandemia, esses números cresceram. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima uma elevação de 79%, considerando indivíduos de 0 a 19 anos.
Para entender melhor, a diretora do Hospital de Olhos Dr Ricardo Guimarães, Juliana Guimarães, explica que é preciso deixar claro que a miopia é um erro refrativo do globo ocular, comprometendo, diretamente, a qualidade da visão para longe, deixando os objetos turvos. Existem diversos graus e os mais leves causam um embaçamento, sem afetar as atividades diárias, apesar de causar incômodo com a falta de qualidade na imagem. Um hábito muito comum entre míopes é semicerrar os olhos para enxergar os objetos distantes com maior facilidade e nitidez.
Os principais motivos são variados e estão no confinamento e, consequentemente, devido à ampliação do tempo em frente às telas (computadores, celulares e videogames), entre todas as faixas etárias, sendo que os mais jovens são os mais adeptos desse uso.
A utilização de aparelhos eletrônicos obriga um foco muito maior para visão de perto que longe. Ou seja, o cristalino regula essa mudança, sendo a lente natural do olho, entretanto, com o envelhecimento, a tendência é o músculo deixar de funcionar adequadamente, causando dificuldade para ver à distância. Juliana lembra que as telas emitem uma luz artificial prejudicial à saúde ocular de diferentes maneiras, provocando ressecamento do globo, cansaço, envelhecimento da retina e também, aumentando as chances do surgimento da miopia.