O câncer de mama não ocorre somente entre elas, apesar de, na maioria das vezes, ser tratado assim. Biologicamente, as mulheres são mais propensas a desenvolverem a doença, por uma série de razões.
A presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais (SBMMG), Bárbara Pace, explica que a estimativa é que a cada cem mulheres diagnosticadas, um homem será, representando apenas 1% dos cânceres de mama no mundo. Normalmente, as vítimas são mais velhas, acima dos 60 anos, apresentando histórico familiar, em ambos os sexos, além do câncer de ovário.
Alguns fatores explicam o motivo deles apresentarem menos riscos para a doença. O principal, seria a ausência de ovário, que, mensalmente, produz elevados níveis de estrogênio, influenciando características femininas, como o ciclo menstrual.
Entretanto, mesmo sendo um hormônio feminino, os homens ainda o possuem em baixos níveis e, quando encontrado em excesso, pode acarretar problemas. A produção elevada pode acontecer por outros motivos, como distúrbios da tireoide, disfunção hepática, obesidade, terapias hormonais e a síndrome de Klinefelter, uma condição genética. Outro fator seria uma mutação genética, herdada dos pais, ampliando o risco em até 40%.
Os sinais podem ser um aumento na mama, a presença de um caroço, retração do mamilo, dor e a saída de uma secreção, indicando a necessidade de procurar um especialista.
Foi assim que Alexandre Soares da Silva descobriu estar com um câncer. Ao acompanhar sua esposa em um exame de mamografia, se deparou com um papel explicando a realidade masculina, que o deixou assustado. Chegando em casa, decidiu fazer o autoexame, como mostrava o folheto e percebeu um nódulo, do tamanho de um feijão, em sua mama esquerda, que cresceu rapidamente.
A princípio, precisou passar por duas cirurgias, até ser encaminhado para um hospital oncológico e iniciar um tratamento complementar: uma nova cirurgia e radioterapia. Após este processo, passou a fazer controle semestral, até que foi identificado o retorno da patologia, indicando a necessidade de um novo procedimento. Atualmente, a condição está controlada.
Por isso, Bárbara lembra que conhecer o corpo é essencial. O rápido diagnóstico garante que o tratamento seja mais assertivo, reduzindo as chances de uma metástase e eventual óbito do paciente.