São 112 anos de história do Jubileu e mais de 300 anos de Piedade do Paraopeba. Um dos eventos mais importantes e tradicionais do calendário religioso de Minas Gerais, o Jubileu de Nossa Senhora da Piedade, inicia hoje, dia 30 de agosto e vai até o dia 8 de setembro, dia das homenagens à Nossa Senhora.
E pela primeira vez na história, em função da pandemia, este ano as celebrações serão feitas de forma diferente e com limitação de pessoas na igreja.
Durante a novena, cada dia uma comunidade da paróquia ficará responsável pela celebração. Para participar das missas, os fiéis terão que fazer um agendamento prévio com um responsável da comunidade ou pela secretaria paroquial. No dia 8 de setembro, dia dedicado à Nossa Senhora, várias missas estão programadas durante todo o dia. Todas as celebrações serão transmitidas pelas redes sociais.
Confira a programação:
As missas e orações serão feitas na igreja Matriz. Apesar de estar em restauração, o templo será reaberto para o jubileu. A primeira etapa da obra foi finalizada no ano passado, depois de quase 4 anos de espera, mas apresenta alguns problemas.
Este ano, data especial para Minas Gerais, quando o Estado completa seus 300 anos, Piedade do Paraopeba tem um significado importante para o nosso estado. O Distrito é considerado o terceiro povoado mais antigo de Minas.
A HISTÓRIA DE PIEDADE DO PARAOPEBA E DA IGREJA
Fundada no final do século XVII, como um desmembramento da bandeira de Fernão Dias, Piedade do Paraopeba é o terceiro povoado mais antigo de Minas Gerais. No dia 2 de dezembro de 1720, a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro foi desmembrada pela Coroa Portuguesa, sendo criada a Capitania de Minas, que se tornou conhecida como Minas Gerais. Antes disso, a região já tinha recebido os primeiros habitantes, os bandeirantes que procuravam ouro e pedras preciosas na região.
Datada de 1713, a igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade é uma das construções mais antigas de Minas Gerais e possui um patrimônio sacro importante e um dos mais antigos do Estado. Ao ser elevada paróquia, em 1832, uma nova Matriz foi construída ao lado da antiga capela, aproveitando parte dos altares e elementos sacros.
Hoje, mais de 300 anos após a construção da primeira ermida, a Matriz de Piedade do Paraopeba permanece como símbolo do Distrito. Seu estilo arquitetônico e a devoção popular marcam ainda os tempos do Ciclo do Ouro em Minas.
Antífona à Nossa Senhora
Foto: Marcos Amorim
Volvo o rosto para o teu afago,
Vendo o consolo dos teus olhares…
Se propicia para mim que trago
Os olhares mortos de chorar pesares.
A minha alma, pobre ave que se assusta,
Veio encontrar o derradeiro asilo
No teu olhar de imperatriz augusta,
Cheio de mar e de céu tranquilo.
Olhos piedosos, palmas de exílio,
Vasos de goivos, macerados vasos!
Venho pousar à sombra dos teus cílios,
Que se fecham sobre dois acasos.
Volto o peito para tuas dores
E o coração para as sete espadas…
Dá-me, Senhora, para teus louvores,
A paz das Almas bem aventuradas.
Mas eu, a poeira que o vento espalha,
O homem de carne vil, cheio de assombros,
O esqueleto que busca a mortalha,
Pedir o manto que te envolve os ombros!
Venera-te, Senhora. Se eu pudesse
Subir tão alto na hora da agonia!
Se propicia para a minha prece. Mãe dos aflitos…
Ave Maria.