Pelo 17º ano consecutivo, moradores, turistas e ambientalistas de Brumadinho e região realizaram o Abraço simbólico à Serra da Moeda e cobraram a proteção do monumento natural e das nascentes da região. Segundo os organizadores, mais de duas mil pessoas participaram do ato.
O evento deste ano escolheu o tema: “Águas subterrâneas, invisíveis, mas essenciais”. O objetivo é chamar a atenção para a importância das serras na recarga dos aquíferos, o que sustenta diretamente o volume de água das nascentes, dos cursos d’água e reservatórios superficiais.
Ênio Araújo, presidente da ONG Abrace a Serra da Moeda, fala da importância da Serra, não só para Brumadinho, mas também para a região Metropolitana de Belo Horizonte. “O manancial subterrâneo Cauê, que está localizado na região da Serra da Moeda, abastece os rios Paraopeba e das Velhas, duas grandes bacias responsáveis por abastecer de água toda a grande Beagá. Infelizmente, as mineradoras vêm fazendo o rebaixamento deste aquífero, entre elas Vallourec, Vale, CSN, Gerdau e Ferro+”, explica.
Os ambientalistas também reivindicam a implantação do plano de manejo do Monumento Natural da Mãe D’Água, criado em 2012 e ampliado em 2013, com o objetivo de orientar o melhor uso de toda a área – que compreende dezenas de nascentes. Segundo os especialistas da área ambiental, o manejo servirá para organizar o desenvolvimento econômico local, considerando as potencialidades da região, principalmente o turismo e a agricultura familiar.
O manifesto é organizado desde 2008, pela ONG Abrace a Serra da Moeda e luta pela preservação da montanha, para impedir o avanço das atividades minerárias e da expansão imobiliária na região.
Fotos: Cleverson Vidigal