Invasões: um rastro de sujeira e transtornos
Nem bem o verão chegou, mas centenas de pessoas já começam a invadir comunidades e propriedades rurais, em busca de cachoeiras em Brumadinho. A invasão destes locais está deixando moradores preocupados e impedidos de sairem de suas próprias casas. Sem a fiscalização do poder público, as comunidades se transformam num verdadeiro caos. Nem mesmo a pandemia está impedindo os invasores.
Em Piedade do Paraopeba, moradores que não quiseram se identificar por medo, relataram os transtornos sofridos nos últimos finais de semana. “Todo final de senana está sendo isso. Somos impedidos de sair da nossas próprias casas, porque os invasores estacionam os carros na nossa porta, não conseguimos sair de carro. E quando vamos falar, somos xingados e até ameaçados. Está insuportável isso. Alguém precisa fazer alguma coisa”, disse uma moradora.
Os moradores relataram também que acionaram por diversas vezes a Defesa Civil Municipal, mas o órgão disse que não podia fazer nada. A Polícia Militar também teria sido chamada, mas nenhuma viatura apareceu no local.
Em Marques, outro ponto procurado pelos invasoras, o final do dia foi de muito tumulto, com obstruções no trânsito e destruição. A principal rua da comunidade ficou lotada de lixo espalhado. A cerca de proteção do terreno, que dá acesso à cachoeira, também foi totalmente cortada pelos invasores por diversas vezes.
O jornal Folha de Brumadinho procurou a Defesa Civil Municipal de Brumadinho e a Polícia Militar para falarem sobre as áreas invadidas. Em nota, a Defesa Cívil disse que estava atuando em outras ocorrências no município, e para agir nestes locais, é preciso do apoio da Polícia Militar. O órgão disse que estuda realizar operações nestes locais nos próximos dias.
Já a Polícia Militar disse que para efetivar qualquer operação nestes locais, é preciso que se faça a instalação de placas de sinalização de proibido estacionar, orientação de áreas particulares e que esta ação tem que partir do poder público, para posteriormente ter o apoio operacional dos órgãos de segurança.
A Associação Comunitária dos Moradores de Marques disse que é preciso montar uma força-tarefa e que vai acionar todos os órgãos responsáveis e inclusive a justiça, para que tomem providências com relação às invasões e os transtornos provocados na comunidade.