O ex-vereador Guilherme Morais, do PSD, até então candidato a prefeito de Brumadinho nas próximas eleições, acaba de anunciar sua renúncia à candidatura. O comunicado foi feito na manhã desta quarta-feira, 28, após a revelação de um escândalo envolvendo documentos falsificados entregues à justiça eleitoral.
Na semana passada, após o Ministério Público Eleitoral pedir a impugnação do Registro de sua Candidatura, a defesa de Guilherme Morais teria falsificado as datas em uma série de documentos como, selos, atas e o registro de renúncia.
Nos documentos oficiais, Guilherme renunciou ao mandato de vereador no dia 23 de março de 2023, após serem protocoladas duas denúncias, uma de estelionato e a outra de quebra de decoro parlamentar em razão de acusação de assédio sexual. As denúncias foram protocoladas no dia 22 de março de 2023, conforme ata da 4ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal. O pedido de renúncia foi feito pelo próprio Guilherme no dia 23 de março, e aconteceu ainda durante a sessão plenária.
Com o pedido de impugnação do Ministério Público, Guilherme enviou documentos alegando que ele pediu a renúncia antes da apresentação das denúncias, no dia 21 de março. Mas, no site da justiça eleitoral consta um documento com um suposto protocolo da Câmara de Brumadinho, que não existe. Nesse documento também consta um selo que não foi localizado no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Ainda de acordo com a documentação apresentada, há uma ata notarial falsa, na qual um tabelião atesta que abriu o site da Câmara e localizou esse documento de renúncia. Porém, tal documento não existe no site e o selo da ata seria falso. Além disso, o registro que teria sido feito em cartório de BH, apresenta selo de um cartório de Ibirité.
Em um discurso com apoiadores em seu QG de campanha, Morais expressou sua tristeza e acusou a família Barcelos de perseguição política. Ele afirmou ainda que foi impedido de concorrer às eleições deste ano.
O escândalo gerou uma onda de reações entre eleitores e políticos. Críticos argumentam que a falsificação de documentos é uma violação grave da ética política e mancha não apenas a reputação do candidato, mas também a confiança no processo eleitoral.
Com a renúncia, Morais anunciou Gabriel Parreiras, do PRD, que era seu vice, para assumir a chapa como candidato a prefeito. E para compor a chapa, Morais colocou a própria mãe, Aline Braga como vice candidata.
O jornal Folha de Brumadinho procurou mais uma vez a defesa de Guilherme Morais para comentar sobre as acusações e a renúncia. Em nota, a assessoria mandou procurar o TRE/MG para mais informações.