Como escrever uma nova história para o país?

Qual foi o momento em que se sentiu mais confiante e seguro com os efeitos que a atividade política proporcionou na sua vida?

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Opinião

Por João Flávio Resende

Já procurei e achei na gaveta meu Título de Eleitor. Domingo, estarei novamente na mesma escola em que voto desde a primeira vez, em 1989, para fazer minha parte. Colinha pronta, votos decididos, é hora de sacramentar as escolhas e esperar o resultado.

Sempre levei eleição muito a sério. Claro que já votei em gente que me decepcionou depois, mas esse risco é cada vez menor à medida que vamos aguçando os sentidos e usando critérios mais rígidos para escolher quem vai cuidar da coisa pública em nosso nome.

No texto anterior, falei sobre examinar a folha de serviços prestados pelos candidatos. Aí, é o seguinte: em qual período da vida você conseguiu organizar melhor as contas e despesas de casa? Quando você teve mais conforto? Quando conseguiu satisfazer melhor as necessidades e desejos da sua família? Qual foi o momento em que se sentiu mais confiante e seguro com os efeitos que a atividade política proporcionou na sua vida? E mais do que isso: o atual governo funciona bem para você? E para o restante da população, sobretudo a mais pobre e carente? Há o devido cuidado na preservação do meio ambiente, essencial para a manutenção da vida de todos nós? Os serviços de saúde, de educação e de segurança funcionam como deveriam? E os preços, o custo de vida? Você consegue acompanhar, consegue comprar os produtos e serviços que conseguia há algum tempo? O acesso à universidade e aos cursos técnicos é o mesmo de antes? Pra pensar.

Aproveito pra falar de novo: cuidado ao escolher também quem vai estar no Congresso Nacional (deputado federal e senador) e na Assembleia Legislativa (deputado estadual). Presidente e governador não fazem quase nada sem passar pelo Legislativo – a história recente mostra isso. O voto para o Legislativo é tão ou mais importante. Afinal, são eles que fazem todas as leis que regulam a nossa vida em sociedade, além de fiscalizarem os atos do Poder Executivo e funcionarem como pontes entre o governo e a parcela da sociedade que representam. Bom também escolher candidatos que tenham bons canais de contato e de cobrança caso eleitos, para que, depois da posse, tenhamos a possibilidade de acompanhar efetivamente seus mandatos, até interferindo em alguns casos.

A campanha eleitoral que está terminando trouxe um ingrediente muito ruim: a violência. Vários casos de agressão e até de assassinato estão pipocando pelo país, numa demonstração de intolerância nunca antes vista. E quem é minimamente inteligente sabe muito bem qual candidatura está incentivando isso. Para evitar problemas, recomendo sair de casa, votar e regressar logo. Nada de grupinhos, nada de entrar em bate-boca. A lei permite usar camiseta, bandeira, adesivo dos candidatos de sua preferência, mas, diante dos riscos, melhor ir da forma mais discreta possível. Nem adesivo no carro eu colei. E voto é sinônimo de confiança, ninguém ganha no grito. Vai lá, faz sua parte e pronto. É secreto.

E, como já ficou comum, é fundamental deletar as mentiras digitais, que chegam sobretudo pelo WhatsApp. Eu nem leio, nem abro, jogo tudo fora. A decisão do voto precisa estar baseada em informações comprovadamente verdadeiras. Afinal, é o funcionamento de toda a sociedade que está em jogo. E o jogo tem regras. Os que não as respeitam devem ser, de cara, descartados, já que não sabem concorrer de forma leal e honesta. Se burlam a lei e o bom senso na campanha, imaginem quando estiverem no poder.

Como sempre faço, ficarei colado no site do Tribunal Superior Eleitoral a partir das 18h até fecharem os resultados, o que sempre acontece no mesmo dia, graças à tecnologia pioneira do voto eletrônico, que alguns mal-intencionados insistem em dizer que tem fraude e tal. Só baboseira, nada comprovado até hoje, com mais de 20 anos de uso no Brasil. Quem não concorda com o voto informatizado, é simples: só não concorrer.

Como já escrevi aqui há algum tempo, ao contrário de futebol e religião, política se discute, sim. Afinal, a decisão que eu tomo interferirá na sua vida.

Juízo em frente à urna, gente! Na próxima coluna, comento os resultados.

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