Fiéis celebram o Jubileu de N. S. da Piedade

Missas, orações e carreata marcam as festividades do dia da padroeira

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Redação Marcos Amorim

Desde as primeiras horas de hoje, católicos prestam homenagens à Nossa Senhora da Piedade, padroeira do Distrito de Piedade do Paraopeba. Várias missas foram realizadas na igreja matriz. Este ano, em função da pandemia e obedecendo as medidas de segurança impostas pelas autoridades sanitárias, a Paróquia de Nossa Senhora da Piedade limitou o número de gente no templo. Ao todo, 70 pessoas puderam participar a cada celebração ao longo de todo o dia.

Mário Coimbra, nascido em Piedade do Paraopeba e membro da Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário conta com emoção como é participar do jubileu. “O jubileu pra nós é um momento muito especial. Essa é a nossa raiz. Este ano estávamos muito apreensivos e com medo de não termos condições de realizar esta festa, mas graças a Deus e claro, a Nossa Senhora, tivemos a oportunidade de estar aqui mais uma vez renovando nossa fé, mesmo que de um jeito diferente”, declara Mário.

Aos seus quase 90 anos, Dona Emília Gonçalves, moradora de Marques fala sobre a história do jubileu. “Todo ano a gente preparava com antecedência para acompanhar toda a novena. Alugava casa. A gente trazia comida, colchões e vinha com a família toda pra ficar uma semana aqui em Piedade. Tínhamos que vir de carro de boi. Hoje mudou muito a festa, mas não gosto de ficar sem vir. Todo ano que posso estou aqui”. Ressalta Dona Emília.

Orações e missas marcaram as festividades do jubileu, com participação também das Guardas de Moçambique de Piedade do Paraopeba e Córrego Ferreira.

Uma carreata, substituindo a tradicional procissão, percorreu várias comunidades da Paróquia. As celebrações também contaram com ajuda da tecnologia. As missas foram transmitidas pelo canal do You Tube e pelas redes sociais da paróquia.

Chegada da carreata em Piedade do Paraopeba

A HISTÓRIA DE PIEDADE DO PARAOPEBA

O Distrito de Piedado do Paraopeba nasce no século XVII, como um desmembramento da bandeira de Fernão Dias e é considerado o terceiro povoado mais antigo de Minas Gerais. No dia 2 de dezembro de 1720, a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro foi desmembrada pela Coroa Portuguesa, sendo criada a Capitania de Minas, que se tornou conhecida como Minas Gerais. Antes disso, a região já tinha recebido os primeiros habitantes, os bandeirantes que procuravam ouro e pedras preciosas na região.

A Igreja e suas transformações ao longo dos séculos

A primeira igrejinha de Nossa Senhora da Piedade foi construída em 1713, sendo uma dos primeiros templos de Minas Gerais. Ao ser elevada paróquia, em 1832, uma nova Matriz foi construída ao lado da antiga capela, aproveitando parte dos altares e elementos sacros. Segundo relatos históricos, a construção da atual igreja foi finalizada em 1840. A igreja pssui um patrimônio sacro importante, um dos mais antigos do Estado. Mas, ao longo dos anos, ela foi descaracterizada, como a retirada de pisos e forros de madeira.

Hoje, mais de 300 anos após a construção da primeira ermida, a Matriz de Piedade do Paraopeba permanece como símbolo do Distrito. Seu estilo arquitetônico e a devoção popular marcam ainda os tempos do Ciclo do Ouro em Minas. A igreja passa por obras de restauração, projeto idealizado pela Escola de Arquitetura da UFMG.

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