
O recente caso de afogamento ocorrido na tarde do último domingo, 23, na cachoeira da Toca, na região de Melo Franco, em Brumadinho, que resultou na morte de um rapaz de 25 anos, traz à tona uma tragédia anunciada. A situação preocupa ainda mais neste período do ano, com o calor e a chegada do carnaval, quando a procura por cachoeiras, lagos e riachos aumenta consideravelmente.
Segundo dados do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, entre 2016 e 2025, pelo menos 12 pessoas perderam a vida por afogamentos em Brumadinho. Já em Minas, somente nos primeiros 2 meses do ano, 53 pessoas morreram vítimas de afogamentos.
Além do risco à vida, outros fatores importantes são as questões relacionadas à segurança e à saúde dos banhistas que frequentam, não só a Toca, mas também outros pontos turísticos do município. Muitas destas áreas são particulares, portanto, com a entrada proibida.
Entretanto, os pontos turísticos não são regulamentados e não oferecem nenhuma infraestrutura necessária para garantir a segurança dos banhistas. A falta de sinalização adequada, a inexistência de salva-vidas e a falta de conscientização por parte dos visitantes contribuem para que tragédias como a do último final de semana aconteçam.
Hoje, além da Toca, pelo menos outros 2 pontos são considerados preocupantes no município: a cachoeira da Jangada, em Casa Branca e a Cachoeira de Marques. Nos últimos anos, esses locais têm se tornado muito procurados pelos turistas, causando aglomerações em áreas de risco e deixando muito sujeira espalhada pelos leitos dos riachos e no entorno.
Outro fator importante a destacar são as condições das águas. O esgoto lançado nos córregos da região torna a água imprópria para o banho, podendo trazer graves danos à saúde. Para que novos incidentes não aconteçam, é fundamental que tanto as autoridades locais quanto os visitantes adotem medidas preventivas, garantindo a segurança e a saúde de todos.
Procurada, a prefeitura informou que ações estão sendo implementadas para garantir a segurança nas áreas de lazer, especialmente em relação à cachoeira Toca de Cima, com foco na prevenção de acidentes e proteção da vida.