Prefeitura provoca devastação ambiental em Marques para alargamento de estrada

Moradores denunciam desmatamento, destruição de propriedades e impactos ambientais em áreas de preservação

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A Prefeitura Municipal de Brumadinho está sendo alvo de críticas e denúncias após iniciar obras de alargamento de uma estrada municipal em Marques. A intervenção acontece no trecho da estrada que liga Marques a Piedade do Paraopeba. A obra está sendo executada com recursos do programa de reparação da Vale. O trecho, que passa por uma área considerada de preservação permanente (APP), próximo a um córrego, já teve centenas de árvores cortadas.

Segundo moradores, as máquinas da prefeitura começaram a derrubar árvores e a remover a vegetação sem consulta prévia à comunidade, sem nenhuma informação aos proprietários e sem apresentar nenhum estudo de impacto ambiental e as licenças ambientais.

“Simplesmente chegam com as máquinas, derrubam nossas cercas, ligam as motosserras e cortam as árvores sem nenhum comunicado. Não apresentam nenhum documento e não dão satisfação para nenhum proprietário. Estão invadindo nossas terras. Tudo aqui é conquistado com muito suor e trabalho para simplesmente chegar aqui e destruir tudo”, questiona um dos proprietários. 

“É uma destruição completa. Árvores centenárias estão sendo derrubadas e ninguém nos informou sobre nada. A prefeitura chegou com as máquinas e simplesmente começou a devastar. Nossas residências estão expostas. Tudo está aberto e não temos nenhuma segurança.”, afirma um outro morador que não quis se identificar.

A grande preocupação dos moradores da região e ambientalistas é sobre os impactos imediatos neste trecho e ao longo da estrada, já que a previsão é que a obra se estenda até a região de Alberto Flores. Segundo eles, há uma perda significativa da biodiversidade, além do risco de assoreamento do córrego local.  

Falta de transparência

Até o momento, a prefeitura não apresentou documentos públicos sobre o licenciamento ambiental da obra e nem mesmo o projeto. O jornal Folha de Brumadinho solicitou um posicionamento oficial, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

O Ministério Público Estadual foi acionado por organizações da sociedade civil e para investigar se houve irregularidades no processo de licenciamento e execução da obra. Uma denúncia também foi apresentada na Comissão Extraordinária de Defesa da Habitação e da Reforma Urbana, na Assembleia de Minas Gerais.

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