O processo de restauração da igreja de Nossa Senhora da Piedade, no Distrito de Piedade do Paraopeba, que já dura 6 anos, ganhou um novo capítulo nesta terça-feira, 18, durante a realização de Audiência Pública, na Assembleia de Minas. O requerimento da audiência foi feito pelo deputado estadual, João Vitor Xavier, do Cidadania, junto a Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização e aprovado por unanimidade pelos parlamentares. O pedido de audiência foi solicitado à Assembleia Legislativa pelo vereador Daniel do Brumado, do Avante e pelo ex-vereador Guilherme Morais.
A reunião foi presidida pelo deputado estadual Leleco Pimentel, do PT, acompanhado do deputado estadual João Vitor Xavier, do Cidadania, com participação do arquiteto responsável pela elaboração do projeto, Flávio Carsalade, do engenheiro Roger Campelo, do vereador Daniel do Brumado, do Avante, Edimilson Maia, membro da Comissão Paroquial, do restaurador e sócio da empresa A3 Atelier, Adriano Furini, da tesoureira da Associação Ama Aldeia e funcionária da prefeitura, Maria Lúcia Guedes, do presidente do Conselho de Patrimônio Webert Fernandes, que na ocasião também representou o prefeito Nenen da Asa, do ex-vereador Guilherme Morais e do editor-chefe do jornal Folha de Brumadinho, Marcos Amorim, além do vereador Gabriel Parreiras, do PTB, e moradores do distrito de Piedade do Paraopeba e região.
Na semana passada, às vésperas da audiência pública e do Festival de Inverno em Piedade, a prefeitura anunciou, de uma hora para outra, investimento de mais 2 milhões de reais para o término da obra. Durante os questionamentos feitos pelos parlamentares e membros da mesa, o representante da prefeitura não conseguiu explicar a origem dos recursos e nem o detalhamento do orçamento para a execução final da obra.
Outro ponto levantado na audiência são os valores repassados a Associação Ama Aldeia, de Casa Branca, cuja a tesoureira é Maria Lúcia Guedes, que também exerce cargo de confiança na prefeitura. A entidade teria recebido quase 2,5 milhões de reais advindos das mineradoras Vallourec e Vale, através da Lei de Incentivo à Cultura. Além disso, a associação estaria levantando mais recursos, por meio da Lei Rouanet, no Ministério da Cultura. O deputado Leleco Pimentel, do PT, questionou a legitimidade da entidade em receber os recursos e a falta de transparência.
Vários requerimentos também foram feitos e serão colocados em votação e depois encaminhados aos órgãos envolvidos na execução do projeto, entre eles, o detalhamento de valores pagos até o momento com a obra; valores repassados pelas mineradoras Vale e Vallourec; por que esses valores da Lei Rouanet foram destinados à Associação Ama Aldeia; o valor destinado pelo Fundo Municipal de Cultura; E se existem outras fontes de captação de valores para a realização da obra.
De acordo com a própria prefeitura de Brumadinho, já foram gastos aproximadamente 3,5 milhões de reais com a restauração. Parte dos recursos vieram do Fundo de Patrimônio, e outros valores das mineradoras Vallourec e Vale. A prefeitura só não explicou como e quem está gerenciando estes recursos. Mas, uma placa colocada em frente à igreja, aponta que uma fração deste dinheiro foi repassado à Associação Ama Aldeia de Casa Branca. A empresa contratada para a reforma é a A3 Atelier de Arte Aplicada Ltda, que participou de todas as etapas até o momento.
O jornal Folha de Brumadinho procurou a prefeitura novamente para falar sobre as obras de restauração da igreja de Piedade e explicar os questionamentos feitos na audiência, mas até o momento não obteve resposta.
Foto: Daniel Protzner