Eleições 2024 – Entrevistas

O jornal Folha de Brumadinho conversou no último sábado, 10, com o empresário Raphael Eduardo, do Grupo Projeta, principal nome apontado para compor a chapa como vice-prefeito de Guti da Premoldados: entenda o porquê

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O jornal Folha de Brumadinho inicia uma série de entrevistas com nomes dos candidatos cotados ao cargo de vice-prefeito e aqueles que já estão definidos para compor as chapas dos futuros candidatos a prefeito de Brumadinho. O que eles pensam sobre políticas públicas? Qual a visão que eles têm do município hoje? Entre outros temas que serão abordados.

Nesta primeira entrevista exclusiva, nós conversamos no último sábado, 10, com o empresário Raphael Eduardo, do Grupo Projeta, principal nome apontado para compor a chapa como vice-prefeito de Guti da Premoldados. Entenda por que o empresário de sucesso, Raphael do Grupo Projeta, é um dos nomes cotados para participar da gestão de Brumadinho.

Raphael, primeiramente obrigado pela entrevista. Por que seu nome está sendo cotado para ser o vice na chapa Guti?

Marcos, há um ano, quando o Guti me procurou para falarmos sobre a candidatura, em uma de nossas primeiras conversas, eu questionei sobre o que ele queria para Brumadinho. Durante todo esse período, pude entender as suas ideias e apresentar minhas propostas sobre o que precisa ser feito para o município. Quando percebi que compartilhávamos das mesmas ideias, as coisas foram acontecendo naturalmente.

Confesso que no início não tinha a menor intenção em entrar para a política. Eu tenho minha vida profissional consolidada, uma empresa de renome, minha família e minhas prioridades, mas entendi que aquilo era um chamado. Eu tenho um carinho, um amor muito grande por Brumadinho. Construí minha vida praticamente toda aqui, onde cresci, casei e vivo. Então, vejo uma oportunidade de poder fazer algo a mais. Entendo que muita coisa boa aconteceu nestes últimos anos no município, mas ao mesmo tempo, Brumadinho precisa avançar mais, criar novas possibilidades, algumas coisas que precisam ser corrigidas. Precisamos de uma mudança sim, mas uma mudança com responsabilidade, sem muita utopia. Isso é muito importante. Não podemos fazer uma mudança a qualquer preço e de qualquer modo. Não podemos perder as conquistas que a cidade teve.

Você já é conhecido pela atuação no trabalho social, apoia diversos projetos, principalmente na área de esportes. O que essa vivência pode ajudar num futuro à frente de uma gestão pública, se eleito juntamente com o Guti?

Esse é um dos pontos que me motiva. Acredito que se não fizermos algo para ajudar as pessoas e a sociedade na qual vivemos, a vida perde o sentido. Nada adianta viver no nosso mundinho e achar que não temos nada a ver com o outro, com quem está em nossa volta. Por isso, hoje, parte das receitas do Grupo Projeta são destinadas a projetos sociais de diversas áreas, como no esporte e na cultura. Se eu estiver na administração pública, vou me dedicar muito a estes projetos de transformação social.

Precisamos dar oportunidades às pessoas e valorizar aquilo que elas têm de melhor. Esse é um dos meus objetivos. A administração pública é burocrática. Existem dificuldades, mas é possível fazer muita coisa, se priorizarmos essas questões e debater as ideias em conjunto com a população.

Dentro da sua visão de gestão pública, o que você acha que ainda falta em Brumadinho?

Quando vemos tantas obras e projetos acontecendo no município, tendemos a achar que está tudo bem, que tudo está funcionando. Porém, existem grandes problemas em Brumadinho. Precisamos entregar resultados que reflitam no dia a dia das pessoas. Algumas áreas como saúde e educação são referência na região. Mas, quando discutimos infraestrutura e mobilidade, por exemplo, percebemos que há muito a avançar.

O município é muito grande, é necessário descentralizar algumas ações. Conectar mais a cidade com o interior. Os impactos da mineração em nossa cidade são inegáveis. Precisamos reduzi-los. É necessário aproveitar o processo de reparação para urbanizar a cidade. Cuidar das áreas de inundações, com projetos de contenção de enchentes.

A infraestrutura da cidade tem que melhorar muito. Investir em mobilidade urbana e acessibilidade. Outra coisa muito importante é aproximar as pessoas da administração pública. A população precisa contribuir com o processo.

Rapahel, Brumadinho passou por diversos problemas, principalmente nestes últimos anos. A tragédia-crime da Vale trouxe outra realidade para o município e para as famílias. Talvez o maior desafio dos próximos gestores é pensar nesta Brumadinho do futuro. O que você pensa?

Você tocou em um ponto importantíssimo. Brumadinho viveu um momento difícil com o crime da Vale, mas não é uma tragédia que resumirá a nossa história. Penso que conjuntamente com as obras do acordo de reparação, é importante fazer um planejamento do futuro para que os resultados sejam vistos a médio e a longo prazo. Brumadinho não pode depender para sempre da mineração. Por isso, precisamos pensar na diversificação da economia. O Distrito Industrial será importante neste processo de geração de novos empregos, para acabar com a minerodependência. É importante promover o turismo, o desenvolvimento industrial e o fortalecimento do comércio local. Uma economia sustentável para oferecer oportunidades de emprego e renda. Esses setores precisam ter investimentos que garantam condições para que as pessoas possam trabalhar e viver dignamente.

Raphael, para finalizarmos, como você vê as últimas gestões no município, nestas duas décadas que se passaram, em especial a do prefeito Nenen da Asa?

Primeiramente, é importante destacar alguns avanços significativos nas últimas décadas, desde a última gestão do Tunico da Bruma, passando pela primeira gestão do Nenen, depois Brandão e as duas últimas do Nenen. Todos deixaram um legado ao conquistar avanços importantes para Brumadinho, porém também há críticas. A gente pode não gostar da pessoa ou da forma de fazer gestão, mas o respeito tem que prevalecer. O que acredito é que todos têm capacidade de ajudar e de contribuir para fazer da nossa Brumadinho um lugar melhor para se viver. Acredito que o prefeito Nenen da Asa sabe do seu legado e entende que cumpriu sua missão. Brumadinho começa e precisa começar uma nova era. E não é e nem pode ser a era do Guti, por exemplo. É uma nova era em que todos precisam participar. É nisso que eu acredito. Ninguém faz nada sozinho. Precisamos ter uma sintonia de ideias e pensamentos para que o bem coletivo prevaleça.

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