O crescimento da violência em Brumadinho nos últimos meses, levantou a discussão sobre necessidade de investimentos na área da segurança pública no município. Nos últimos 3 meses, Brumadinho registrou diversos crimes violentos, entre eles, o atentado à agência da Caixa Econômica Federal, em agosto, que aterrorizou a cidade, além de vários assassinatos, arrombamentos e assaltos.
A criação da Guarda Municipal e a implantação do sistema Olho Vivo poderiam estar ajudando e muito o combate à criminalidade no município. Mas, apesar de ter sido criada em 2014, sendo realizado o concurso para 161 vagas, para as áreas de meio ambiente, trânsito e segurança patrimonial, o concurso da Guarda Municipal nunca saiu do papel. Os aprovados cumpriram todas as etapas do concurso, restando apenas o treinamento e a compra de equipamentos.
De acordo com os aprovados, várias cobranças foram feitas à Prefeitura e denúncias foram registradas no Ministério Público Estadual, mas ninguém foi convocado para assumir as vagas. Um dos aprovados no concurso, Rodrigo Lopez, se diz revoltado com o cancelamento do concurso. “Nós investimos muito dinheiro, dedicamos um tempo das nossas vidas. Muita gente deixou o emprego para concentrar nos estudos e preparar para o concurso e de repente, vimos tudo ser cancelado. Isso nos deixam tristes, não só pela perda que cada um teve, mas também por saber o quanto a guarda seria importante para a segurança do município”, ressalta Rodrigo.
Já o sistema Olho Vivo, seriam implantadas câmeras de segurança em diversos pontos estratégicos de Brumadinho, integradas com órgãos de segurança pública, como as Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Samu. O projeto foi aprovado em 2012, ainda na primeira gestão do prefeito Nenen da Asa, mas também até hoje não saiu do papel.
O jornal Folha de Brumadinho procurou a Prefeitura para dar explicações sobre a não efetivação da Guarda municipal no município e a não implantação do sistema Olho Vivo. Em nota, o órgão disse que o processo de criação da Guarda Municipal não levou em consideração a viabilidade financeira e que em 2017 foi forçada a cancelar o concurso, por falta de recursos. Sobre a questão do Olho Vivo, a Prefeitura informou, que apesar de ser um projeto da atual gestão, o sistema não foi implantado também por dificuldades financeiras, mas que o programa ainda está no planejamento para ser implantado.