Prefeitura gastará mais de 5 milhões de reais em novas intervenções em praças

Em 2020, o valor do contrato para as obras nos espaços públicos superou os R$14 milhões

Compartilhe!

Nos últimos anos, Brumadinho iniciou um tímido processo de recuperação paisagística urbana, com custos elevados que preocupam a população. Grandes valores são investidos em reformas pequenas e sem relevância, enquanto a cidade ainda lida com a poeira dos caminhões, rejeitos de minério e sujeira nas ruas.

Em 2020, o valor do contrato para as obras superou os R$14 milhões. Agora, a Prefeitura volta a reformar esses espaços por meio de um termo de compromisso com o Centro de Oportunidades do Brasil (COB), com intervenções custando mais de 5 milhões de reais aos cofres públicos. A parceria, válida por 12 meses e prorrogável, inclui limpeza, manutenção e cuidados com jardinagem e paisagismo. A Prefeitura afirmou que esta terceirização é a primeira do município na área de paisagismo e visa implantar um novo modelo de gestão dos espaços públicos.

Este modelo é polêmico porque onera os cofres públicos desnecessariamente, já que a Prefeitura possui a Secretaria de Meio Ambiente e outros setores que poderiam assumir essa responsabilidade. Em vez de pagar a um instituto desconhecido, a Prefeitura poderia firmar parcerias com empresas locais no formato de contrapartida, sem custos para os cidadãos.

A Praça da Rodoviária e a praça do distrito de Aranha estão entre as primeiras a receber intervenções nesta nova fase. Vale lembrar que a Praça da Rodoviária já recebeu uma intervenção recente (2020), com investimento de cerca de R$500 mil, que incluiu o corte de árvores, como um majestoso Ipê, e a retirada de um coreto histórico, alterando significativamente a característica original da praça, sem melhorias concretas para os frequentadores. Na semana passada, o local no centro da cidade já começou a ser cercado para novos trabalhos.

Praça da Rodoviária – Brumadinho|MG

Segundo Ariadne Lima, mestra em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, a Prefeitura deve reformar as praças de forma planejada para evitar desperdício de recursos naturais e financeiros. “É necessário um plano de governança que leve em conta os desejos da sociedade civil, expressos nas conferências municipais de Política Urbana, além de audiências públicas suficientes para compreender as aspirações das comunidades em relação às intervenções nos espaços públicos”.

Ariadne destaca a importância de que a população tenha ciência prévia dos projetos, seus pontos positivos e medidas mitigadoras para reduzir impactos negativos. Ela alerta que reformas envolvendo plantação de grama e árvores precisam considerar a realidade ambiental atual, como a emergência climática e a escassez hídrica. A realidade demanda ações estratégicas da municipalidade para enfrentar esses problemas.

Compartilhe!