Uma denúncia apresentada nessa quinta-feira, 23, contra um vereador da Câmara de Brumadinho mexeu com as estruturas políticas do município. Durante reunião ordinária, uma acusação verbal foi feita em plenário pelo Servidor Público, Marcelo Rodrigues Santos, sobre supostos crimes de assédio sexual e corrupção de menores, que teriam sido praticados pelo Vereador Guilherme Augusto Braga Morais, do PV – Partido Verde.
O denunciante apresentou áudios do suposto assédio à um adolescente de 17 anos, e que teria ocorrido em fevereiro deste ano, 2 meses após o vereador assumir o cargo no Legislativo. Os áudios dos supostos crimes teriam vazados somente agora, Neles, o vereador pede para ver as partes íntimas do garoto, que se recusa e alega estar alcoolizado dentro do carro do vereador.
Marcelo Rodrigues solicitou ao Presidente da Casa, o vereador Daniel Hilário, do Cidadania, que “abra uma Comissão Parlamentar para fazer as averiguações: esses áudios são do Guilherme Morais? Ele cometeu corrupção de menor? O menor estava dentro de seu carro e alcoolizado?” indagou.
Segundo informações obtidas pelo Jornal Folha de Brumadinho, a mãe do adolescente registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia de Brumadinho, na última segunda-feira, 20. A reportagem tentou falar com a família da vítima, mas ninguém quis comentar sobre o caso.
O jornal Folha de Brumadinho procurou o vereador Guilherme Morais, do PV, para comentar sobre as acusações contra ele, mas o vereador não respondeu aos questionamentos.
Outra acusação
Em apenas 9 meses de mandato, essa é a segunda denúncia apresentada contra o vereador Guilherme Morais, do PV. Em maio deste ano, a Câmara Municipal abriu uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as denúncias de que ele teria promovido uma festa de aniversário, com centenas de pessoas, em um condomínio fechado, no dia 1° de maio, em plena pandemia, em desrespeito à um Decreto Municipal, causando aglomeração.
A denúncia de quebra de decoro parlamentar contra Guilherme Morais foi protocolada na época, por Mateus Leal. O caso tomou grande repercussão no município e na imprensa nacional, já que esse tipo de evento estava proibido, em virtude da pandemia.
A CPI foi composta pelos vereadores Henerson Rodrigues de Faria – Presidente; Jhon Roberto do Carmo Oliveira – relator; Valcir Carlos Martins – titular Vanilson dos Santos Porfírio – suplente. A comissão teria um prazo de 120 dias para apresentar um relatório sobre as investigações, prazo esse que venceu no último dia 13 de setembro. Procuramos a Câmara Municipal para falar sobre as investigações da CPI, mas também não conseguimos respostas.
Na época, a Executiva Estadual do Partido Verde, pediu abertura de um processo disciplinar contra o vereador, o que segundo a legenda, poderia acarretar na sua expulsão. O jornal Folha de Brumadinho procurou representantes do partido, mas até o fechamento desta reportagem, não tivemos retorno sobre as duas situações envolvendo o vereador.
Fotos: Câmara Municipal de Brumadinho