A preocupação crescente com os cuidados da saúde mental provoca revelações importantes sobre comportamentos e adversidades, anteriormente incompreendidos. Os diagnósticos de autismo estão se tornando cada vez mais frequentes e, não apenas entre as crianças, mas também, entre adultos.
A denominação oficial é Transtorno do Espectro Autista (TEA), um distúrbio do neurodesenvolvimento, indicando um desenvolvimento considerado atípico comprometedor do comportamento e da comunicação. As atitudes como o atraso anormal da fala, dificuldade para combinar palavras, interagir, lidar com mudanças, extrema sinceridade, interesse limitado, comportamentos repetitivos, seletividade e hipersensibilidade, como para sons, por exemplo, são alguns sinais para procurar um especialista.
A PHD em neurociência, psicanalista e psicopedagoga, Ângela Mathylde Soares, explica que o crescimento de diagnósticos entre jovens está permitindo identificar uma variada gama de textos e estudos sobre os efeitos do autismo nessa faixa etária. Afinal, é na escola que se desenvolvem as habilidades de interação e a capacidade de aprendizagem, atividades que serão recorrentes no cotidiano.
Diariamente, diversos adultos buscam auxílio profissional para tratar questões, como a ansiedade, depressão e estresse, relativamente comuns com as diversas responsabilidades e preocupações. As consultas propiciam descobertas sobre si mesmos.
O problema é que, quanto mais demorado o diagnóstico, mais árduo será trabalhar os aspectos para controle adequado. Um exemplo é a dificuldade de aceitar mudanças na rotina ou planos, uma vez que a inflexibilidade se torna mais forte e imprevistos fazem parte do dia a dia.
Os adultos autistas ainda podem ser incapazes de entender piadas, identificar malícia em falas ou ações, ter dificuldade de entender sinais e gestos, receber e demonstrar afeto, se incomodam com manifestações de carinho de pessoas pouco íntimas, usam uma linguagem mais formal, sem muitos filtros e tem um olhar prático sobre a vida.
A falta de suporte e entendimento do porquê ser assim, pode desencadear problemas desagradáveis, como a ansiedade, depressão e cobrança, comparando com outras pessoas e convivendo com comentários maldosos.
Vale alertar que autistas podem sim, ser muito bem sucedidos. Um exemplo está na série sul coreana “Uma Advogada Extraordinária”, em que a protagonista Woo Young-Woo, apesar de seu diagnóstico e alguns comportamentos típicos do espectro, como o hiperfoco em baleias e a falta de maldade, é extremamente competente em sua profissão.
Ângela lembra que o autismo não tem cura, só tratamento e, por isso, o diagnóstico é tão importante, uma vez que permite compreensão e alívio para quem busca o autoconhecimento. Dessa forma, é possível trabalhar para superar as dificuldades de maneira correta com acompanhamento de um profissional. Cuidar da mente é essencial para ter uma vida mais plena.
Fonte: Multi Comunicar/assessoria de comunicação