Cresce casos de Febre Oropouche em Minas e patologia pode causar complicações oculares

Em 2024, Minas Gerais registrou 269 casos da febre e, já nos primeiros dias de 2025, o município de Joanésia possuía 140 notificações, seguido de Piau, com 89 diagnósticos

Compartilhar
Share

Os brasileiros já estão mais acostumados com as chuvas de verão e os  riscos para desenvolver doenças originadas de arboviroses, como a dengue, contudo, atualmente, também estão sendo registradas ocorrências de febre Oropouche. Ainda muito desconhecida, tem assolado municípios mineiros, provocando também diferentes efeitos, inclusive, na visão.

A febre Oropouche não é recente. Os dados sobre a transmissão da doença na região da Amazônia datam dos anos 60  e o culpado é o mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como borrachudo, pólvora ou maruim.

De acordo com a diretora do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Juliana Guimarães, os principais sintomas são febre alta, dor de cabeça intensa, dor muscular, dor nas articulações, rigidez na nuca, calafrios, erupções cutâneas, náuseas, vômitos, tontura, diarreia, dor atrás dos olhos, fotofobia, também conhecida como sensibilidade à luz e conjuntivite.  Alguns dos efeitos são similares aos da dengue, mas a evolução, além de claro, a transmissão, ocorrem de maneira diferente.

A Oropouche ainda não possui uma vacina ou medicamento específico para o tratamento. Os médicos receitam remédios para aliviar os sintomas, como analgésicos. Além dos cuidados profissionais, a recomendação é permanecer em repouso e manter uma hidratação adequada. 

A tendência é uma recuperação de 2 a 7 dias, a partir do início dos sintomas, contudo, pode-se desenvolver um quadro neuropático, acometendo os tecidos que recobrem o cérebro.

Em 2024, Minas Gerais registrou 269 casos da febre e, já nos primeiros dias de 2025, o município de Joanésia possuía 140 notificações, seguido de Piau, com 89 diagnósticos. Belo Horizonte, Juiz de Fora, Ipatinga, Congonhas, Bom Jardim de Minas, Coronel Pacheco e Tabuleiro são algumas das outras cidades com casos da doença, alertando para o alastramento no estado.

Em caso de suspeita, é importante avaliar as condições de saúde, incluindo exames clínico, epidemiológico e laboratorial, eliminando assim, a probabilidade de outras patologias, como a dengue, zika e chikungunya. 

Juliana afirma que durante o processo de recuperação, deve-se manter o acompanhamento com um oftalmologista, afinal, apesar de a conjuntivite ser considerada comum, se não tratada adequadamente, pode levar ao surgimento de úlceras na córnea, ceratite, ceratocone, diminuição da visão e, até mesmo, a cegueira, irreversível.

Fonte: Multi Comunicar/Assessoria de Comunicação

Foto: Freepik

Compartilhar
Share