Tontura, fadiga, fome e sede frequentes, perda de peso, vontade de urinar, formigamento nos pés e nas mãos, visão embaçada, náuseas e feridas que demoram a cicatrizar foram alguns dos sintomas que a especialista em segurança da informação, Juliana Alves de Paula, de 47 anos, sentiu quando desconfiou ter a doença, há 26 anos. Na época, ela estava finalizando a universidade e acreditou que os maus hábitos colaboraram para o desenvolvimento do problema. Atualmente, depois de um diagnóstico, a princípio, errôneo, ela trata o diabetes tipo 1 com o uso de insulina e medicamentos e usa a alimentação, contagem de carboidratos e exercícios físicos como aliados para o controle da doença.
O novembro azul é conhecido pelo combate ao câncer de próstata, mas não é a única campanha neste mês, pois com o Dia mundial do diabetes, em 14 de novembro, os endocrinologistas investem na conscientização da população sobre os riscos da doença, envolvendo mais de 16 milhões de brasileiros e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), poderá alcançar mais de 500 milhões de pessoas no mundo, até 2030, junto com as doenças cardíacas.
O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Minas Gerais (SBEM-MG), Rodrigo Lamounier, explica que o diabetes é decorrente do nível elevado de açúcar no sangue, podendo ser desenvolvido através da genética e de hábitos negativos, como uma alimentação desbalanceada e o estado de ócio, gerando o sobrepeso, considerando outro fator agravante.
Existem diferentes tipos de diabetes. O primeiro se caracteriza pela insuficiência de produção do hormônio insulina pelo pâncreas, sendo mais frequente entre pessoas com menos de 35 anos. O segundo tipo corresponde a 90% dos casos e, nos últimos anos, tem sido causado, principalmente, pelo sedentarismo e má alimentação, sendo que o organismo se tornando resistente à ação do hormônio.
Aguns portadores de diabetes passam pela fase do pré-diabetes, reversível com a adoção de novos hábitos e, a diabetes gestacional, causada pela mudança hormonal. Lamounier afirma que o diabetes, nem sempre apresenta sintomas, fazendo com que muitos pacientes descubram o problema durante exames de rotina, ou quando já exista o descontrole da doença.
O analista de planejamento financeiro, Paulo César de Siqueira, 57 anos, conta que lidou com problemas similares. Ele foi diagnosticado aos 12 anos, quando começou a sentir muita sede, vontade de urinar, cansaço e emagreceu rapidamente, até que um dia passou mal e foi parar no hospital, ficando uma semana em coma, efeito dos elevados índices de glicose no sangue. Na época, usou a insulina suína, com as aplicações através de uma agulha de vidro.
Em caso de suspeita, a recomendação é consultar um médico para análise do caso e exames. O endocrinologista recomenda que o exame de sangue seja realizado anualmente, independentemente do estado de saúde e, o resultado, após 8 horas de jejum, deve estar entre 70 mg/dl e 99 mg/dl, enquanto entre 100 mg/dl e 125 mg/dl já indica a pré-diabetes e, a taxa superior em dois exames seguidos, permite o diagnóstico positivo para a doença.
É importante também os pacientes seguirem as instruções à risca e sempre consultarem os médicos, em caso de alguma dúvida, porque tratamento inadequado permite a evolução da patologia e provoca a insuficiência de vários órgãos, podendo até mesmo, levar a amputação de membros.