Inovação para tratar doenças vasculares, com recuperação mais rápida

Tratamento usa novas drogras, materiais de ponta e técnicas minimamente invasivas, com menor perda de sangue

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    O maior congresso mundial sobre cirurgia vascular, em Leipizig, Alemanha, apresentou e promoveu debates sobre os resultados de estudos, envolvendo novos materiais, técnicas e drogas para tratamento de doenças da circulação, arterial, venosa e linfática.

     O cirurgião vascular e endovascular mineiro Josualdo Euzébio da Silva participou dos três dias de evento e retornou satisfeito com os benefícios possíveis com as inovações demonstradas para melhoria em salvamento de pernas e pés, assim como o incremento de qualidade para embolizações de tumores como tratamento paliativo. “Os procedimentos minimamente invasivos ganham ainda mais espaço na medicina, gerando vantagens como menores tempo de internação e risco de infecção”, destaca. 

     O tratamento endovascular introduz cateteres no sistema vascular, via artéria femoral, guiado por um sistema de raio x, usando tecnologia em tempo real para visualização. Enquanto a cirurgia vascular faz incisões na superfície do organismo (na pele), que se prolongam pelo interior do organismo até o vaso  para tratamento,  a cirurgia endovascular chega ao local com punções de artérias ou veias em áreas superficiais com técnicas pouco invasivas, usando pequenas incisões.

      Segundo o cirurgião, a evolução aumenta o salvamento de pernas e pés, evitando a amputação em pessoas com doença aterosclerótica avançada, comum entre portadores de diabetes e fumantes.  As intervenções para tratar esses membros com “pontes”, utilizam a veia safena, através de grandes cortes. “A intervenção apresenta excelentes resultados, contudo é um processo mais agressivo, com maior perda de sangue e recuperação mais demorada”, avalia.

     Ele  explica que a amputação é indicada para quem tem entupimento ou uma obstrução em pernas e pés, comprometendo a circulação do  sangue.  O corte grande da cirurgia terá maior risco de infecção com mais sofrimento e comprometimento dos resultados. “O congresso mostrou novos catéteres com poder de maior penetração, decorrente de novos insumos em sua fabricação. O fio é muito mais delicado para maior eficiência do processo”, conta. 

    A evolução chegou também ao stent, um pequeno e expansível tubo tipo “malha”, feito de metal, como aço inoxidável ou liga de cobalto. O especialista esclarece que os stents são usados  para restaurar o fluxo sanguíneo na artéria coronária, retomando um ritmo quase normal. “Alguns desses materiais já existem no Brasil e outros ainda chegarão. O stent com droga, por exemplo, proporciona uma melhor permeabilidade da artéria por mais tempo, inclusive, com maior durabilidade. A angioplastia é muito recomendada para pacientes graves, mas sem indicação de cirurgia. O processo ocorre com pequena incisão, sendo minimamente invasivo e com resultados mais eficazes”, conta.  

    Os novos catéteres também são eficientes  para extração de trombos, proporcionando o imediato restabelecimento da circulação.  A  trombose venosa é   a formação de coágulos ( trombos) no interior das veias que  podem se deslocar  até o pulmão, causando a embolia pulmonar,  condição responsável por uma em cada quatro mortes no mundo. O angiologista cita que novas drogas e técnicas podem retirar o trombo desse órgão, evitando situações mais críticas.

     O tratamento da trombose venosa ainda pode ser feito com medicamentos e a programação do evento também incluiu a apresentação da inovação em drogas para esse processo. Ele relata que a trombose em veias muito finas, principalmente abaixo dos joelhos,  responde bem a essa nova medicação.  A situação é uma preocupação médica, pois a trombose em veias mais grossas, entre a virilha e o umbigo, apresenta risco maior por ser uma área com veias mais calibrosas.

     As novidades do congresso deixam claro que, paulatinamente, será possível reduzir as ocorrências de óbitos, sendo, perfeitamente possível, tratar e curar indivíduos com doenças de circulação mais graves. Os palestrantes exibiram técnicas e procedimentos ainda mais modernos para cuidar dos problemas arteriais, evitando a cirurgia aberta com a indicação mais frequente da intervenção endovascular.

    A mesma inovação em catéteres e técnicas  também permite cuidar das lesões de artérias carótidas, responsáveis pela circulação cerebral, usando um pequeno furo no braço ou na virilha para implantação de um stent, restabelecendo o fluxo sanguíneo. É importante alertar que as placas nas carótidas respondem pela maior parte dos acidentes vasculares no cérebro. 

     O aneurisma de aorta é considerado uma doença grave por dilatar a maior artéria do corpo. A condição requer um diagnóstico precoce, cujo tratamento, em casos iniciais,  pode controlar com medicamentos e mudança em hábitos de vida, como por exemplo, para de fumar. Até então, o tratamento disponível era apenas cirúrgico e com grandes incisões no abdômen e/ou tórax.

      Atualmente, os dispositivos de alta tecnologia já propiciam pequenas incisões em estruturas hospitalares com aparelhos modernos, permitindo uma recuperação mais rápida. A técnica da embolização, inclusive, com esses avanços também pode ser indicada, cada vez  mais, para o tratamento de miomas uterinos  com a preservação do útero e pacientes, cujos tumores não podem mais ser removidos cirurgicamente.

      “Vale observar que essas doenças também são identificadas em fases graves, ou evoluem para  situações arriscadas e, mesmo com toda essa tecnologia disponível,  os resultados podem não ser favoráveis. A recomendação é cuidar da saúde com atividade física, evitar o tabagismo, manter uma alimentação saudável, controlar o peso, colesterol, pressão arterial e diabetes”, destaca.

Por Zoom Comunicação – Assessoria de Imprensa e Redes Sociais

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