A comunidade, local da tragédia da Vale, onde ocorreu o rompimento da barragem B1, em janeiro de 2019, que causou um rastro de destruição e matou 272 pessoas, vem sofre com o abandono. Segundo os moradores, a Vale teria adquirido várias residências nos últimos anos, na localidade e muitas estão completamente abandonadas.
O jornal Folha de Brumadinho visitou a comunidade e encontrou muita sujeira pelas ruas, mato tomando conta dessas áreas que teriam sido compradas pela Vale e muito lixo. Além disso, moradores relatam também que a localidade tem poucas lixeiras e as que existem, estão danificadas, o que deixa o lixo exposto e espalhado pelas ruas.
Uma pessoa que não quis se identificar, moradora da região, falou sobre os problemas em Córrego do Feijão. “Infelizmente existe muita propaganda sobre nossa comunidade, mas pouco ou quase nada foi feito nesses 5 anos. É só andar pela comunidade e ver o estado de abandono. Muita sujeira, lixo espalhado, casas abandonadas e nós sofrendo com a dengue. É muito triste nossa situação”, relata.
O senhor Odair Francisco, que também mora na comunidade, teve dengue recentemente. “Eles não cuidam das casas que eles compraram e nós é que estamos sofrendo. Eu tive dengue e fiquei 15 dias parado. A gente fala, reclama, mas ninguém faz nada. Nem prefeito, nem Vale, ninguém se importa conosco. Aqui está um lugar esquecido e abandonado” , diz.
Procurada, a secretaria municipal de Saúde informou que vai enviar uma equipe ao local, para verificar situação e notificar a Vale.
O jornal Folha de Brumadinho procurou também a Vale. Em nota, a empresa informou que realiza regularmente atividades rotineiras de limpeza e manutenção em todos os imóveis de sua propriedade. E que está intensificando essas vistorias no período chuvoso, com uma capina programada para a próxima semana em Córrego do Feijão.
A mineradora disse ainda, que eventualmente esses imóveis são alvo de vandalismo, e quando isso ocorre, a Vale toma as providências necessárias.