Há exatos 3 anos, Brumadinho vivia o pior momento de sua história. Centenas de famílias sentiam a dor, o desespero e o drama em busca de notícias de seus entes queridos, após o rompimento da barragem B1 da Vale, em Córrego do Feijão. A angústia tomou conta não só das famílias de quem trabalhava na mina da Vale, mas também dos moradores de Córrego do Feijão e Parque da Cachoeira, duas comunidades atingidas diretamente pela barragem.
Um mar de lama atingiu toda a área, destruindo as instalações da própria Vale, matando 272, causando um rastro de destruição ambiental, social e econômica em Brumadinho e toda a bacia do Rio Paraopeba.
Uma comoção no Brasil e no mundo, o que fez de Brumadinho, por um determinado momento, e ou dias, o centro das atenções. Diversas frentes de trabalho, ajuda humanitária, cobertura da imprensa nacional e internacional chegavam a todo momento nos dias seguintes ao fatídico 25 de janeiro de 2019 e transformaram o pequeno município da região Metropolitana de Belo Horizonte.
Três anos se passaram, e a pergunta que fica é: os culpados foram punidos? Essa e outras perguntas ficam sem respostas para a população e para os familiares das vítimas até os dias de hoje.
Nesta terça-feira, 25 de janeiro, data que completou os 3 anos do crime, diversas manifestações foram realizadas em Brumadinho e em vários outros pontos da bacia do Paraopeba. Celebrações religiosas, caminhadas, orações e apresentações culturais marcaram o dia. No letreiro da entrada da cidade, local marcado pelas manifestações, um minuto de silêncio foi feito às 12h28, momento exato do rompimento, em memória às vítimas. Balões foram soltos e um grande painel também foi instalado no local com os nomes dos mortos pela tragédia. Seis pessoas continuam desaparecidas.
A justiça
Em novembro do ano passado, a Polícia Federal indiciou 19 pessoas e duas empresas no segundo inquérito que investiga o rompimento da barragem B1 da Vale. O responsável pelo inquérito da Polícia Federal é o delegado Cristiano Campidelli, titular da Delegacia de Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico.
No indiciamento, a Polícia Federal aponta crimes de responsabilidade iguais aos denunciados em 2020, pelo Ministério Público de Minas Gerais, além de violação contra sítio arqueológico na região.
Em outubro, o STJ – Superior Tribunal de Justiça havia anulado o processo criminal que tramitava na justiça mineira há um ano e oito meses. Segundo a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região – o TRF-1, a Justiça estadual não tinha competência para analisar o caso.