Preocupação cresce com respostas lentas para questões de saúde em Brumadinho

A incerteza quanto aos prazos gera uma angústia constante, especialmente diante das evidências científicas que indicam substâncias tóxicas no organismo da população

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A população atingida pelo desastre da Vale, em Brumadinho e na bacia do rio Paraopeba,
continua a enfrentar inseguranças e ansiedade diante da lenta resposta das autoridades
sobre os riscos à saúde humana. A confirmação, por estudos da Fiocruz, de metais pesados acima dos limites de tolerância em crianças, jovens, adultos e idosos na região, aumentou ainda mais a preocupação.

Em uma “Nota à População Atingida” divulgada pelos Compromitentes do Acordo Judicial
de Reparação, que inclui o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Estado de
Minas Gerais, a Defensoria Pública de Minas Gerais e o Estado de Minas Gerais, por meio
da Secretaria de Estado de Saúde e do Sistema Estadual de Meio Ambiente, foi anunciada a contratação de uma nova entidade para continuar as fases subsequentes dos Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana e Risco Ecológico (ERSHRE).

A decisão de contratar uma nova entidade, segundo a nota, tem como objetivo antecipar a
conclusão dos estudos, mantendo o rigor metodológico necessário. De acordo com o
comunicado, a empresa atualmente responsável continuará os trabalhos da fase I, incluindo as atividades relacionadas aos Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs), até sua conclusão no menor tempo possível.

Os Compromitentes garantem que a fase I seguirá sob a supervisão e chancela dos órgãos
públicos competentes e da auditoria, atendendo a todos os preceitos metodológicos. Contudo, a mudança traz à tona a preocupação da população sobre a efetividade e rapidez das respostas, visto que medidas mitigadoras precisam ser adotadas urgentemente.

A nota reforça que as autoridades estão empenhadas na busca pela reparação integral do
desastre no menor prazo possível. Cumpre lembrar que, neste mês de junho, completam-se
5 anos e seis meses do rompimento. Para muitos moradores de Brumadinho e das áreas afetadas, a sensação de insegurança permanece. A incerteza quanto aos prazos e à eficácia das medidas gera uma angústia constante, especialmente diante das evidências científicas que indicam a presença de substâncias tóxicas no organismo da população.

A expectativa é que a nova entidade comece suas atividades em breve, trazendo a tão necessária clareza sobre os riscos à saúde e as ações mitigadoras a serem implementadas. A comunidade aguarda, ansiosa, por respostas e ações concretas que possam garantir a
segurança e a saúde de todos os atingidos pelo trágico desastre.

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